19 maio 2009

India! Experiência inesquecível

Hoje tivemos treinamento sobre os programas voluntários na Índia, este que a CI lançou agora. E ao fazer muitas memórias me vieram a cabeça, e além das memorias, as sensações, os cheiros, as lembranças que ficaram para sempre gravadas em algum lugar do meu cérebro.

Quando estive lá, eu sabia (na verdade fui na “onda” do meu irmão, então não pesquisei nada e para mim tudo era festa e só, onde ele ia eu ia junto, com pequenas exceções, é claro!) que os hindus tinham vários deuses e deusas, mas não tinha idéia real da quantidade: 3 milhões!! Vocês têm noção do que é isso? Dá mais de 8 mil deuses para serem adorados por dia!

Eu também sabia que a quantidade de dialetos era alta, mas não sabia que era tão absurdamente alta: 17 línguas oficiais e 844 dialetos reconhecidos. Já imaginou algo assim? Eu só me comunicava em inglês, mas nessas horas é que a gente vê como isso é um pequeno detalhe da experiência.

Sem contar que (fiquei sabendo de todos estes números hoje, no treinamento, e para mim são novidades – e acredito que para muitos que lêem este blog também) 670 milhões de pessoas não vivem nas cidades, ainda vivêm no interior, o que faz com que a cultura seja muito conservadora e com baixas influências (ou até quase nulas mesmo) do ocidente. Sem contar que 380 milhões de indianos vivem abaixo da linha de pobreza, ganhando menos de 1 dólar por dia. Agora, a violência é uma das mais baixas do mundo! Interessante não? Religião acredito eu ser o principal motivo disso. E realmente quando estive lá por 3 meses, jamais fiquei assombrada com alguma coisa ou com medo de assalto ou algo assim, mas fiquei assustada com o número de gente nas ruas, nas calçadas, nas cidades.

Lembro (ou me fizeram lembrar disso depois de tantos anos) que quando chegamos no aeroporto de Mombay ficamos sentados numas cadeiras na saída do aeroporto um pouco até criarmos coragem de sair para a rua.... Não tem como explicar isso, mas é assombroso ver tanta gente te olhando de fora com olhos tão arregalados e ávidos às 4 horas da madrugada. Engraçado isso, mas no treinamento foi usado uma palavra que descreve bem a situação: nos olhando como se fôssemos alienígenas. Era assim que nos sentíamos, pelo menos eu (não posso falar pelo meu irmão). Onde íamos éramos seguidos, às vezes dezenas de pessoas nos seguiam por quadras e quadras, para ver como éramos. Mas como falei, não era e nunca foi violento. Ah sim, e só saímos do aeroporto depois de uma estrangeira vir e sentar do nosso lado e falar um pouco com a gente, meio que encorajando e nos dando dicas de como fazer para chegar até o centro da cidade, de hotéis, de transporte, etc.

Umas das melhores e grandiosas sensações que tive foi no dia em que conheci o Taj Mahal! Nada me impressinou tanto quanto aquele lugar. Nem mesmo Paris com sua Torre, Amsterdam com seus canais, Londres com seus monumentos, e tantas outras cidades européias, canadenses, americanas, etc.

Chegamos bem cedo ao Taj Mahal (tem um dia da semana em que eles não cobram nada dos visitantes, e como viajamos economizando até na comida, fomos neste dia mesmo), e ficamos sentados nas escadarias na entrada olhando por uma névoa que cobria tudo: aquele monumento gigantesco que com os minutos passando e o sol saindo, foi aparecendo lá longe no horizonte. Eu não tinha a mínima idéia de que era tão grande, que os “espelhos” de água deixavam tudo ainda mais bonito e impressionante. Só neste dia fomos até o hotel 3 vezes e voltamos 3 vezes para ver tudo por ângulos diferentes, horários diferentes, com pessoas diferentes. Uma sensação de que era apenas uma pequena formiga neste imenso universo, que existiam e existem obras maiores que podemos imaginar, que existem pessoas expressando seus sentimentos de forma que apenas o “receptor” consegue reconhecer e entender.

Sim, definitivamente, este foi o lugar mais impressionante que já vi!

Evelise Hubner